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Projeto - Experimentando Teatro de Sombras na Sala de Aula


Aula aberta - Valter Valverde (Núcleo Teatral Luzes e Lendas), Abril/2007 - (ver álbum de fotos "Entrevista Valter Valverde", lado esquerdo deste blog)

Para mim, 2007 foi um ano produtivo e recompensador. Junto com amigos da faculdade desenvolvi uma empreitada importante à minha formação acadêmica: a realização do projeto experimental de conclusão da licenciatura de educação artística/artes visuais. Com o objetivo de aplicar o teatro de sombras em sala de aula pesquisamos a trajetória histórica e as características técnicas e culturais desta linguagem onírica; conhecemos grupos teatrais profissionais contemporâneos; estudamos textos teóricos de professores peritos no assunto; e arriscamos a encenação de um espetáculo teatral de sombras para animar uma festa de aniversário. (ver álbum de fotos "Animação de festas", lado esquerdo do blog)


Nesta aventura descobri o quão fascinante é presenciar/conhecer a produção de artistas do teatro de animação. Surpreendi-me com tamanha estranheza e interesse dos alunos participantes do projeto pelos trabalhos de mestres orientais e diretores teatrais contemporâneos envolvidos com a linguagem das sombras.

Espetáculo teatral do Karagöz K (Núcleo Teatral de Curitiba/PR), Junho/2007 - ver álbum "Espetáculo Tecno-Shadow - Karagöz K", lado esquerdo deste blog)



Apresentação dos alunos, Setembro/2007



Grupo de professores idealizadores do projeto, Maio/2007

Confira na íntegra o resultado deste trabalho, intitulado "Experimentando Teatro de Sombras na Sala de Aula". Ele contém a história, as características do teatro de sombras oriental/ocidental e o relato das atividades pedagógicas desenvolvidas em sala de aula. O arquivo do projeto encontra-se disponibilizado no Scribd:


http://www.scribd.com/people/view/7402246-fabi-menassi



Boa leitura!


Agradecimentos especiais às pessoas que gentilmente contribuíram à realização deste projeto:

- Alunos das sétimas séries C e F 2007 da Escola Estadual "Wolny de Carvalho Ramos", São Paulo/SP;

- Valter Valverde (Núcleo Teatral Luzes e Lendas, São Paulo/SP);

- Marcello Santos (Núcleo Teatral Karagöz K, Curitiba/PR);

- Alexandre Fávero (Teatro Lumbra, Porto Alegre/RS) e

- Prof. Valmor Beltrame (UDESC, Santa Catarina).

Retrato Artístico, uma brincadeira que me diverte

O ato de se expressar através da linguagem do desenho, para mim, sempre foi um prazer. Intuitivamente iniciei meus primeiros traçados no papel das agendas novas que minha mãe ganhava no seu emprego. Depois comecei a copiar desenhos de histórias em quadrinhos somente com a preocupação de traçar as formas dos personagens; o desenho até esse momento era somente um hobby.

Há cinco anos ingressei na escola de arte para estudar desenho artístico e dei início a produção do meu portfolio. O meu professor dizia sempre que cada pessoa tem um estilo particular de se comunicar com desenho. Até concluir o curso não havia encontrado algo que trouxesse identidade com a linguagem, ou seja, o meu estilo particular. Dois anos mais tarde, estudando o primeiro ano da faculdade de educação de artes visuais, um professor passou para fazer desenhos de figuras humanas técnicas que me fascinaram. Elas possibilitavam trabalhar o "instinto" artístico, estudar com mais afinco os conceitos de volume, luz/sombra e escala de valores. E foi a partir deste momento que comecei a me dedicar a este estilo e a “encarar” a brincadeira de fazer retratos artísticos como uma profissão.

Meu primeiro retrato artístico

Em meus estudos com história da arte descobri fatos interessantes relacionados a retratos. Por exemplo, desde o início de sua existência, o ser humano sente desejo de deixar sua marca, sua identidade através de sua própria imagem.

O retrato como um gênero, e dos mais populares das linguagens visuais, é uma marca diferenciada e carimba a imagem de um ser humano desde a Pré-história. Foi popularizado com a Renascença quando passou a ser o grande foco das preocupações da vida e do imaginário dos artistas. A sua lingugagem foi usada para registrar pessoas e famílias nobres, burguesas, e mesmo hoje, no século XXI, ainda é um forte motivo de atração para artistas e admiradores.

O alemão Albert Durer (1471-1528) encantado com sua imagem foi o primeiro artista a se retratar já com 13 anos de idade. Certa vez, fez seu auto-retrato influenciado pela imagem de Jesus Cristo. O pintor Rembrandt (1606-1669) se mostrou pelo menos cem vezes por meio de diversos desenhos e pinturas. Realizou investigações das particularidades do ser humano, que exploraram diversificadas possibilidades de manipular as tintas, pinceladas e traçados no papel a procura de respostas para sua inquietação: “que espécie de pessoa sou eu?”. Caracterizou e idelizou as imagens de seus entes mais queridos de modo a transformá-los em protagonistas de cenas bíblicas e mitológicas. Experimentou novos recursos no tratamento da luz, na arte do claro-escuro e na descrição de volumes e das formas, demonstrando enorme sensibilidade para registrar personalidades. No cubismo analítico, artistas fizeram surgir uma “multidão” de relações entre os elementos que compõem a figura humana através da decomposição da figura e dos rostos humanos de maneira que era impossível remontá-los para estruturar na tela o que foi apreendido.

Descobri outra opção de estudo da figura humana, uma arte de criar imagem pessoal: o visagismo - ele envolve harmonia e estética, revela as qualidades interiores de uma pessoa, de acordo com suas características físicas. Se fundamenta no fato de saber analisar tanto características físicas (formas de rosto, tons de peles e feições) quanto a personalidade, e de saber liberar a criatividade, sem se prender a fórmulas ou regras, e exige um profundo conhecimento da linguagem visual.

Análises do rosto segundo visagismo - imagem extraída de um banner publicitário

Voltando a falar sobre retrato. Ele expressa a imagem externa do ser humano, seus estados emocionais, contextos sócio-históricos. Particularmente, as técnicas usadas para se fazer retratos artísticos me provocam um fascínio inexplicável e despertam minha sensibilidade, além de desenvolver minha inteligência visual.

O rosto humano tem formas muito atraentes, nele existem formas particulares e até certo ponto difíceis de se retratar. Porém isso não deve se tornar empecilho pela busca das formas - sejam realistas, cubistas, expressionistas, e tantas outras classificações e modos ainda não denominados - mas sim, um impulso para se dedicar a arte de ilustrar a figura humana.

Um retrato artístico, o nome de um gênero da linguagem do desenho, que me dedico a fazer para amigos, familiares e pessoas que encomendam esse trabalho para presentear alguém, na minha opinião “diz” muitas coisas além do que podemos compreender. Ele esconde características psicológicas, estado de espírito, e dependendo de quem o observa, poderá mostrar o jeito de ser da pessoa retratada.

A minha experiência com desenho começou com uma brincadeira despropositada e hoje posso dizer que é, no bom sentido da palavra, um trabalho, uma paixão que me diverte e talvez proporcione prazer àqueles que se sentem mais sensibilizados com a linguagem de retratos da figura humana.

Retratar uma pessoa é tentar, através de suas formas visuais, conhecê-la, descobrir o que ela esconde, é um mistério para ser desvendado...

E você? Que brincadeira te diverte?


Relato e galeria de fotos do projeto "Experimentando Teatro de Sombras na Sala de Aula" disponível no site do Instituto Arte na Escola

No site do Instituto Arte na Escola compartilho com Giuseppe Carlos, também professor de arte, a autoria de um relato de práticas e estudos ocorridos durante a aplicação do nosso projeto "EXPERIMENTANDO TEATRO DE SOMBRAS NA SALA DE AULA" - resultado de um trabalho de conclusão de licenciatura de Educação Artística/Artes Visuais. O relato conta expectativas, objetivos e aprendizados advindos de uma vivência com duas classes de sétima série cujos alunos descobriram e utilizaram como recurso para criar e encenar histórias a linguagem milenar teatro de sombras.

Gargântua produções é um grupo artístico que faz ao vivo durante a exibição de películas com narração e trilha sonora a sonorização de filmes mudos. É um trabalho fantástico e muito orgânico que lembra muito rádio ao vivo. Um dos trabalhos-destaque deste grupo é a sonorização de filmes da cineasta Lotte Reiniger, uma das pioneiras do cinema de animação e que animação de figuras chapadas sobrepostas em mesa de luz - trata-se de uma forma de resgatar técnicas de teatro de sombras oriental.
O grupo Gargântua gentilmente dispos em seu site o relato de autoria de Giuseppe Carlos Cicale, sob orientação de Fabiana Menassi sobre a aplicação do teatro de sombras na sala de aula.

Acrescento ainda, um espaço disponibilizado pelo IAE para a galeria de algumas fotos das produções teatrais com sombras realizadas por nossos alunos durante a experiência.

Contando um pouco mais sobre a vivencia em sala de aula, a experiência estética com o teatro de sombras, o prof. Giuseppe e demais autores do trabalho de conclusão de licenciatura, concederam uma entrevista para coluna "Fala Professor" da Revista virtual Art&
Boa leitura!

Teatro de sombras

No site da Lenderbook (onde integram-se várias correntes de pensamento, de colaboração e reciprocidade na elaboração de informações diversas sobre vários campos do saber sem exclusão de idéias e ideais) acaba de ser inserido, de minha autoria, um artigo a respeito da história e características do teatro de sombras oriental e ocidental.
Para quem estiver interessado em ler o artigo basta clicar no link:
http://www.lenderbook.com/sombras/index.asp
Durante o mês de julho participei de uma oficina de teatro de sombras no espaço Oficina Cultural Oswald de Andrade, bairro Bom Retiro da cidade de São Paulo.

Confiram as fotos dos resultados da oficina.

Experimentando Teatro de Sombras na Sala de Aula título do meu trabalho de conclusão de curso de licenciatura de educação artística/artes visuais chamou a atenção do professor orientador que escreveu e publicou em revista digital uma matéria a respeito das vivências dos alunos envolvidos com a experiência da linguagem das sombras; confira o que foi dito clicando no link a seguir:

http://www.revista.art.br/site-numero-08/apresentacao.htm

Meus amigos Giuseppe e Tânia também autores do TCC "Experimentando Teatro de Sombras na Sala de Aula", encenaram comigo uma história infantil adaptada para o gênero teatral das sombras para animar uma festa de aniversário em agosto de 2007.

Confiram as fotos deste evento

Espero que apreciem. Abraços a todos e até a próxima !